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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Os riscos da má influência.

TÊNIS E FRESCOBOL - Por Rubem Alves

Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que, os relacionamentos são de dois tipos:
Há os relacionamentos do tipo tênis e os do tipo frescobol.
Os relacionamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal.
Os relacionamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.
Explico-me:
O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro : o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir sua cortada, palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.
O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra, pois o que se deseja é que ninguém erre. O erro de um é um acidente lamentável que não deveria ter acontecido. E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...
A bola: são nossas fantasias, nossos sonhos, nossas idéias sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonhos e idéias pra lá e prá cá...
No tênis recebe-se a idéia do outro para destruí-la, arrebentá-la como bolha de sabão... O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.
Já no frescobol é diferente: a idéia do outro é uma preciosidade, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem, cresce o amor... Ninguém ganha para que os dois ganhem e se deseja que o jogo nunca tenha fim...

Proposta de uma nova ética

ÉTICA ECOCÊNTRICA é uma nova proposta de ética que visa despertar o ser humano para a responsabilidade de suas ações para com todos os seres do mundo. Afirma Araújo W.C.A (2001:98): " precisamos de um novo paradigma de reencantamento pela natureza e de compaixão pelos que sofrem; uma nova ternura para com a vida e um sentimento autêntico de pertença amorosa à Terra. ...Urge conceber uma ética que valorize o EQUILÍBRIO, a HARMONIA, o RESPEITO A TODOS OS SERES VIVOS, uma ética justa, livre e igualitária, que não privilegie o domínio do ser humano, investindo de responsabilidade por seus atos com relação a tudo que vive. É preciso despertar para a unicidade universal e a responsabilidade com relação ao planeta, visando à construção de um novo etos que enfatize o convívio dos homens entre si e com os demais seres, de forma AMOROSA, RESPEITOSA E HARMÔNICA".

Assim nasce um paradigma.

Os cinco macacos (autor desconhecido)

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula. No meio, uma escada e sobre ela um cacho de bananas.

Quando um macaco subia na escada para pegar as bananas, os cientistas jogavam um jato de água fria nos que estavam no chão.

Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros o pegavam e enchiam de pancada.
Com mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.

Então, os cientistas substituíram um dos macacos por um novo. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo retirado pelos outros, que o surraram.
Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada.

Um segundo foi substituído e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado com entusiasmo na surra ao novato.

Um terceiro foi trocado e o mesmo ocorreu.

Um quarto, e afinal, o último dos veteranos foi substituído.

Os cientistas então ficaram com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas.

Se possível fosse perguntar a algum deles porque eles batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:
"Não sei, mas as coisas sempre foram assim por aqui."